Maranhão compartilha experiência com o estado do R...

Publicada em: 21.08.2017

Maranhão compartilha experiência com o estado do Rio Grande do Norte em hortifruti para exportação

O governo do Maranhão tem avançado na troca de experiências com outros estados que possuem forte posição no mercado internacional. É o caso do Rio Grande do Norte, que hoje divide com o Ceará o ranking nacional na produção e na quantidade exportada de melões. Juntos, são responsáveis por 75% do que o país inteiro produz. Para alcançar este percentual, os esforços em logística, modernização dos cultivos e uma força tarefa entre iniciativas pública e privada foi encarada como prioridade por estes dois estados do Nordeste.

Assim, o vice-governador Carlos Brandão, acompanhado de uma comitiva que incluiu o presidente da Emap, Ted Lago; o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Emap, Jailson Luz; o superintendente da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), Pedro Belo; o secretário-adjunto de Agricultura e Pecuária, Emerson Macedo (Sagrima); o assessor da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), José Ribamar Pereira; o coordenador do Projeto Salangô no município de São Mateus, Francisco Martins; e o presidente da Federação da Agricultura do Maranhão, Raimundo Coelho esteve neste fim de semana no Rio Grande do Norte, nas cidades de Mossoró e na capital, Natal, para conhecer de perto toda a cadeia produtiva desempenhada em parceria pelas empresas Agrícola Famosa e a CMA CGM.

O roteiro teve início em Mossoró, onde os maranhenses foram recebidos pelo diretor administrativo da Agrícola Famosa, Richard Muller; e os diretores da CMA CGM, Paulo Gudergues e Julio Coelho. A visita à cidade também contou com uma conversa proveitosa sobre investimentos no município e no estado do Rio Grande do Norte, com a experiente prefeita Rosalba Ciarlini e o deputado federal Beto Rosado, além da recepção do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Lahyre Rosado (Lairinho Rosado) e da vice-prefeita Nayara Gadelha. A passagem pela Prefeitura de Mossoró, embora rápida, rendeu ao vice-governador Carlos Brandão o que ele entende como “ampliar os horizontes”. “Se Mossoró foi capaz de se superar em expectativa de qualidade de vida para a população, também alcançaremos esse patamar com muita determinação e trabalho do povo maranhense, sempre levando em conta o nossa vocação natural para a agricultura e forte potencial logístico para exportação”, explicou Brandão.

Conhecendo o potencial agroindustrial de Mossoró (RN)

Em visita à sede da Agrícola Famosa, a comitiva pôde conhecer detalhes dos investimentos em novas tecnologias, pesquisas, política ambiental aplicada e o formato adotado de escoamento das produções. “Possuímos uma localização privilegiada. Estamos apenas a 300 km do Porto de Natal (RN), a 220 km do Porto de Mucuripe (CE) e a 250 km do Porto do Pecém (CE), hoje a mais moderna estrutura industrial-portuária da região Nordeste, que também é a mais próxima do continente europeu”, pontuou Richard Muller.

Durante o encontro também foi ressaltada a importância da chegada de grandes empresas em uma região com vocação agrícola, ao viabilizarem a capacidade dos projetos criarem forma. Existem culturas como a do abacaxi e da banana, por exemplo, que podem caminhar em parceria com uma empresa maior, foi o que explicou Muller, ao avaliar como acontece o processo de crescimento e de desenvolvimento econômico e social das regiões onde há iniciativas neste setor. A teoria foi ressaltada pelo secretário-adjunto Emerson Macedo: “É difícil para o pequeno agricultor assimilar a engrenagem do agronegócio, do comércio exterior”. Por isso, a prática agrícola da fruticultura tem um potencial de pleitear uma mão de obra intensiva. Fora os milhares de empregos diretos, os empregos gerados indiretamente também dão vazão a novas iniciativas de cultivo por parte dos pequenos agricultores que enxergam nas empresas-âncora uma forma de se viabilizar num mercado de menor porte, mas em ascensão, incrementado a qualidade técnica de cada profissional envolvido nos projetos. Todos crescem com os investimentos, portanto”.

“A região tocantina possui um grande potencial para investimentos em fruticultura. A região que abarca o município maranhense de Chapadinha até chegar ao Rio Parnaíba é uma região com bastante água, tanto de superfície quanto subterrânea, e possui solo adequado para fruticultura. Mesmo no período de seca”, reforçou o coordenador Francisco Martins, ao falar sobre o potencial para o cultivo existente em nosso estado.

“Nós temos muito interesse em conhecer e ampliar os nossos negócios no Maranhão. Sobretudo no cultivo de banana e cacau, inicialmente”, afirmou Muller. No encontro ficou acertado que o presidente Ted Lago irá formalizar o convite de visita ao Porto do Itaqui, além da visita às áreas aptas ao cultivo de frutas, no Maranhão.

Após a visita à sede da Agrícola Famosa, a equipe maranhense esteve na fazenda agrícola da empresa, onde teve a oportunidade de observar cada etapa dos cultivos da melancia, aspargo, batata, maracujá, mamão e melão, sua marca registrada. “Tenho a prática de, quando estou no exterior, visitar supermercados. Avaliar o que está sendo exportado do Brasil para os grande países consumidores. Ainda temos muito a avançar nesse sentido e o Maranhão reúne todas as condições de ocupar o seu lugar de destaque no agronegócio. Este é um nicho que precisa e pode ser expandido por nós, maranhenses”, observou Carlos Brandão.

Conversa com especialistas no cultivo do camarão e visita ao Porto de Natal. Já na capital do Rio Grande do Norte, a comitiva liderada por Carlos Brandão aproveitou para discutir com membros da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) e da Federação Nacional de Engenheiros de Pesca, além de presidentes de cooperativas e profissionais gabaritados no cultivo do camarão, temas voltados para as áreas propícias para o cultivo de camarão.

O assessor técnico da Sagrima, José Pereira, apresentou aos presentes os potenciais do Maranhão e as políticas e as estratégias para o desenvolvimento da aquicultura do camarão, dentro e fora de nosso estado. O momento foi de amplo debate porque tanto o cultivo do camarão marinho, quanto o do camarão de água doce entraram nas rodadas de discussão. “O licenciamento ambiental dos empreendimentos de carcinicultura merecem a atenção das gestões estaduais”, ponderou Itamar Rocha, presidente da ABCC. Assim como no Maranhão e no Rio Grande do Norte, o assunto é pauta constante entre os especialistas de todos os estados brasileiros que possuem interesse nesse setor produtivo, sempre na busca por alternativas de manejos sustentáveis, além da regularização e desburocratização dos licenciamentos.

A passagem pela capital do Rio Grande do Norte terminou com a participação na etapa final da cadeia produtiva que se iniciou em Mossoró. As frutas cultivadas na Agrícola Famosa chegam, então, ao Porto de Natal. Para que elas estejam em excelente estado, na mesa do consumidor estrangeiro, toda uma logística de empacotamento, refrigeração e distribuição é traçada. Foi a vez da equipe da CMA CGM voltar ao protagonismo. Julio Coelho e Paulo Gudergues apresentaram toda a técnica logística aos maranhenses, que foram ao Porto de Natal também acompanhados pelo coordenador operacional Nordeste da CMA CGM, Rodolfo Castro. Ele explicou como acontece o processo de exportação das frutas em contêineres refrigerados, a partir do momento que saem das fazendas agrícolas. Operação esta que se encontra prestes a ser reproduzida em maior escala pelo Porto do Itaqui, com a entrega de novo pátio portuário, em novembro deste ano.

“Esta é uma operação que também estamos trabalhando, investindo para que aconteça no Maranhão. A operação com contêiner refrigerado – que realmente mostra a dinâmica da economia do estado -, envolve toda uma cadeia desde a produção até o porto, com a sua exportação. A ideia é que a gente possa fazer uma operação dessa aproveitando as boas práticas, entendendo como a operação acontece e estamos investido no Porto do Itaqui para isso. O pátio de contêineres realmente reposicionará o nosso porto em um caminho de maior competitividade”, comemorou Ted Lago.

O presidente da Emap explicou que o Porto do Itaqui já está preparado para fazer este tipo de operação – com contêineres -, mas necessita adequar seu potencial para contêineres frigorificados. Por isso, a importância de se visitar e de se conhecer a cadeia produtiva do melão, adotada como modelo, nesse caso. “Nós temos, hoje, 35 tomadas para contêineres refrigerados. Vamos passar para 150 na primeira fase e 450 na segunda fase. Com esses números, nós poderemos atender as demandas que forem surgindo”, detalhou o presidente.

Em novembro acontecerá a primeira fase, com a entrega do pátio e o seu primeiro conjunto de tomadas e, até julho do ano que vem, estará completa toda a estrutura de subestação definitiva, com as 450 tomadas instaladas e as torres de operação.

FONTE: SECAP